Data: 23/10 – 14h às 16h
Local: Centro Cultural do IEL
Autoras: Clarissa Reche Nunes da Costa, Janaina Morais, Daniela Tonelli Manica, Katia Marchena, Claudia Lima Serpentini, Heloisa Quintes Ducasble Gomes Bonatto, Thais Castilho Pinto, Za Chacon, Melina Antoniucci, Ana Manoela Primo dos Santos Soares, Beatriz Ortiz, Andressa Santos, Verena Barros Hauschild, Anna Clara Cypreste, Fernanda Menezes, Gabriela Paletta, Laura Nice Dias da Silva, Larissa Pelúcio, Isabel Prado, Talita Azevedo, Letícia Santos Ferreira, Fernanda Mariath, Cecilia Rustoyburu, Poliana Martins, Laura Lino, Marcelo Rodrigues, Pedro Silva
Sinopse: A vida tem seus mistérios, e talvez o corpo que sangra, que pulsa tesão e revolução, que pari, flui leite das tetas, emana cheiros e fluidos, bicho selvagem, que a norma quer coibir e o grito da profundeza oca não deixa encerrar. Talvez e só talvez, essas corpas sejam um dos grandes mistérios que a vida não sabe explicar e a ciência insiste em definir. A Revista é fruto da disciplina “Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia: Feminismos, Menstruações e Direitos Reprodutivos”, oferecida no primeiro semestre de 2025, para os cursos de pós-graduação em Ciências Sociais e Divulgação Cultural e Científica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A Revista Sangro é o transbordamento de encontros… confluindo produções textuais e artísticas de docentes e discentes da disciplina. Convidamos você a este mergulho! Vamos?
Autora: Ana Karla Batista Farias
Sinopse: Inspirada pela afirmação de Theodor W. Adorno de que o ensaio “pensa em fragmentos, uma vez que a própria realidade é fragmentada”, Ana Karla Farias conduz o leitor por um percurso não linear, sensível e inquieto, que aproxima cinema e literatura como territórios de invenção e liberdade. Neste livro, a autora propõe um encontro intersemiótico singular entre a cineasta belgo-francesa Agnès Varda e a escritora brasileira Clarice Lispector — duas artistas que subverteram convenções estéticas e formais para explorar, com intensidade, as experiências femininas, seus processos criativos e modos de estar no mundo. A análise se debruça sobre o filme-ensaio As praias de Agnès (2008) e a obra literária Água Viva (1973), investigando como Varda e Lispector inscrevem suas subjetividades e elaboram formas ensaísticas que dialogam entre si. Em um texto que se move como dança, Farias acompanha os passos e desvios das duas criadoras, entrelaçando imagens, palavras e ideias, e revelando “movimentos transbordantes” que atravessam suas obras. Com olhar prismático, a autora conduz o leitor pelas múltiplas camadas que constituem o gesto ensaístico, explorando as zonas de contato entre fragmento e totalidade, silêncio e expressão, intimidade e mundo. O resultado é uma reflexão que celebra a potência criadora das mulheres e a liberdade formal do ensaio como espaço de inscrição de vidas, memórias e imaginações.
Autoras: Daniela Tonelli Manica; Clarissa Reche Nunes da Costa; Fernando Monteiro Camargo (Organização)
Capítulos: Fernando Monteiro Camargo; Marina Bohnenberger; Camila Montagner Fama; Kris Herik de Oliveira; Flora Villas Carvalho; Irene do Planalto Chemin, Geovana Luna dos Santos, Kauan Alves da Silveira Aristides, Raylane Souza de Moura, Samara Lopes de Oliveira e Veronica Martins Da Silva; Carolina Busolin Carettin; Adriana Silvestrini; Ivo Dias Alves; Clarissa Reche Nunes da Costa; Fernanda Mariath e Luis Philipe Nagem Lopes; Humberto Manoel de Santana Jr.; Beatriz Klimeck; Janaina de Araujo Morais
Sinopse: Compartilhamos neste livro múltiplos caminhos metodológicos, abordando temas como feminismos, corporalidades, biografias, culturas científicas, tecnologias e divulgação científica. Esta coletânea se origina de diversas dissertações de mestrado e teses de doutorado produzidas, principalmente, nos Programas de Pós-Graduação em Divulgação Científica e Cultural, e do Doutorado em Ciências Sociais da Unicamp, pelo grupo de pesquisa Labirinto (Labjor, Unicamp). Propomos que estar junto e inventar novas estratégias pode ser uma forma positiva de concluir pesquisas, mesmo em um contexto de grande pressão produtivista e política, de um esgotamento criativo e futuros incertos. A coletânea enfrenta o desafio de produzir pesquisas em programas de pós-graduação interdisciplinares. São pesquisas marcadas pelas discussões com os estudos sociais de ciências e tecnologias em suas matrizes antropológicas, feministas e críticas. Os capítulos apresentados propõem uma escrita politicamente situada e ancorada em experiências humanas e mais-que-humanas, abertas à criatividade e inovação na forma e no conteúdo, construídas a partir de várias multimodalidades.
Autores: Lidia Maria Reis Torres e Luís Eduardo de Oliveira
Sinopse: Este livro nasce das reflexões de dois caboverdenses que uniram trajetórias acadêmicas e pessoais para confrontar o apagamento histórico das populações negras e indígenas em sua cidade. É um chamado à urgência do diálogo sobre justiça ancestral no sul de Minas Gerais. Organizado em duas partes, o texto convida o leitor a uma imersão nos debates sobre terra, território e a produção deliberada do esquecimento em Cabo Verde. A obra dialoga ainda com o documentário “Presença e (r)existência negra e indígena em Cabo Verde, Minas Gerais”, fruto das mesmas pesquisas e do coletivo Memora.
Autoras: Ana Carolina Rocha Pessoa Temer e Adriana Omena Santos
Sinopse: A pandemia foi um momento diferenciado na vida de todos que passaram por ela. Particularmente aqui no Brasil, ela trouxe lições e desafios que expuseram os limites e as fragilidades do país, em particular na sua relação com a Ciência. Esta publicação traz um olhar crítico sobre o telejornalismo brasileiro, como ele contribuiu para que o país repensasse a relação entre sociedade e ciência, em particular entre a sociedade e a medicina, e as relações nem sempre evidentes que permeiam esses aspectos da vida humana. Esse é um livro sobre telejornalismo e divulgação científica, mas é também um livro sobre as práticas do telejornalismo, e como ele age e reage em função do contexto social e político no qual está inserido. É, também, um livro sobre uma sociedade dividida, polarizada, marcada por diferenças e abismos sociais que ela mesma – e, por extensão, o telejornalismo – tem dificuldade de encarar. Consequentemente, é um livro sobre política, embora não na sua forma pura, nas intenções, mas na exposição de suas interpretações e seus resultados. Um livro que apresenta de que forma se deu a inclusão dos conteúdos que envolvem questões relativas à ciência e à cultura científica no telejornalismo durante o período pandêmico, por meio da exposição de entrevistas e matérias jornalísticas que envolvam médicos, professores, pesquisadores e outros atores sociais efetivamente vinculados à produção de conhecimento científico, por meio de conteúdos jornalísticos, aí incluídos (mas não somente) conteúdos participativos e colaborativos nos telejornais, e como são tratados, qual visibilidade é dada a esses conteúdos.
Autor: Cayo Matheus de Amorim Scot
Sinopse: Pesquisas sobre divulgação científica, saneamento, saúde e território fundamentaram a criação da cartilha “O Básico: cartilha sobre saneamento básico na Baixada Fluminense”. Trata-se de um material de divulgação científica e de educação em saúde ambiental que busca denunciar a escassez sanitária na Baixada Fluminense, evidenciar cenários de racismo e injustiças ambientais na região metropolitana do Rio de Janeiro, fortalecer o empoderamento e o engajamento dos cidadãos baixadenses e reivindicar uma Baixada mais justa, sustentável e saudável.
Autora: Talita Gantus-Oliveira
Sinopse: Geociência Crítica: Feminismo, Antirracismo e Justiça Socioambiental emerge da experiência transformadora de uma engenheira geóloga recém-formada pela Universidade Federal de Ouro Preto, em 2016. Ao aplicar questionários sobre percepção de riscos de deslizamentos em bairros de alta vulnerabilidade socioeconômica, Talita confronta-se com a dura realidade dos moradores e questiona a pertinência de uma ciência cartesiana que ignora questões políticas e sociais e a sabedoria popular. A fala de uma senhora entrevistada, clamando por serviços urbanos essenciais, em vez de manifestar preocupações com a instabilidade da encosta a ser investigada, marca profundamente a autora e a impulsiona a repensar o papel da ciência, bem como sua própria atuação como pesquisadora e geóloga. A obra explora a interseccionalidade de gênero, raça e classe, fundamentando-se em autoras como bell hooks, Carla Akotirene, Cida Bento, Silvia Federici, Sueli Carneiro e Veronica Gago. Analisa como racismo, capitalismo e patriarcado se refletem na segregação espacial, na distribuição desigual de recursos e nos conflitos territoriais, com especial atenção à vulnerabilidade das mulheres não brancas. Com isso, evidencia a importância de políticas públicas e de processos participativos de gestão territorial, que considerem as vozes e as experiências das comunidades afetadas diante de desastres ambientais, insegurança hídrica e impactos provocados pela indústria mineral. Mais do que uma análise teórica, o livro propõe ações transformadoras, convidando o leitor e a leitora a refletirem sobre seu papel na reprodução de desigualdades de gênero, raça e classe. Em um olhar crítico sobre a colonialidade do saber, Talita aborda a urgência de desconstruir o elitismo teórico das universidades e de valorizar as epistemes não brancas, os saberes tradicionais, as tecnologias sociais e a resiliência cotidiana de populações marginalizadas. A autora defende um conhecimento situado, atento ao lugar social e geográfico, e destaca o papel da branquitude na perpetuação do racismo. Por fim, o livro conclui com um chamado a uma nova ética nas Geociências, instigando os profissionais da área a repensarem as suas práticas e a se engajarem na construção de uma ciência e de uma técnica mais justas, inclusivas e comprometidas com a realidade concreta dos territórios e das comunidades marginalizadas.